Com uma população estimada em 394.024 habitantes e uma extensão territorial de 3.356,886 km², o que corresponde a menos de 1% da extensão da Bahia, que tem 564.760,42 km², Vitória da Conquista possui uma densidade demográfica de 114 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto na Bahia é de 26,3 habitantes por quilômetros quadrado. A grande extensão territorial, aliada ao número de habitantes e à densidade demográfica, requer muito esforço do Governo Municipal para que as políticas públicas cheguem aos quatro cantos do município.
Um exemplo é a distribuição de água potável para os 11 distritos e para 90% dos 300 povoados que compõem a zona rural de Vitória da Conquista, regiões nas quais não há abastecimento de água da Embasa. Ao todo, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR) e da Defesa Civil, fornece 9 milhões de litros de água potável, mensalmente, pela Operação Carro-Pipa Municipal, 4 milhões pela Defesa Civil (Exército), 60 milhões dos sistemas simplificados de água (poços artesianos), além dos chafarizes e outras ações municipais.
Atualmente, 49 chafarizes – cinco vezes mais do que existia no passado – foram implantados em pontos centrais dos povoados, o que facilita a distribuição da água pelas localidades e propicia mais autonomia aos moradores. O sistema é construído em local de fácil acesso para todos e consiste em uma caixa d’água de 10 mil litros com torneira, colocada sobre uma base de concreto. Um exemplo de chafariz que deu certo é o da comunidade quilombola de Barro Vermelho, no distrito de Inhobim.
Além do carro-pipa e dos chafarizes, outra ação de garantia de segurança hídrica são os sistemas simplificados de água que atendem mais de 190 comunidades. São 100 poços artesianos que fornecem, aproximadamente, 60 milhões de litros de água por mês – o que dá, em média, 20 mil litros por dia.
No povoado de Corta Lote, por exemplo, localizado na região de Dantilândia, o sistema simplificado de água, abastece sete localidades. De acordo com o secretário da SMDR, Breno Farias, o serviço de abastecimento, tratamento e entrega de água é garantido a quase seis mil famílias.
“A gente tem o entendimento de que ninguém tem uma vida sem água. Além disso, a falta de água prejudica as plantações e a criação de animais. Por essa razão, as nossas ações acontecem o ano todo, sem descanso”, afirmou o secretário.
Segundo a coordenadora de Abastecimento da SMDR, Joana Darc, mesmo nos períodos de chuva, as ações de abastecimento de água continuam, porque as chuvas não são distribuídas de forma homogênea e os povoados que não têm acesso à água potável encanada necessitam do suporte da Prefeitura no abastecimento de água.
“As ações ocorrem durante o ano todo. No período de chuvas, orientamos às comunidades a captarem a água em seus reservatórios e intensificamos a distribuição nas localidades que estão sofrendo com a escassez de chuva. Mas água para cozinhar e beber nós não suspendemos mesmo com as chuvas” explicou Joana.
Aguadas
Outra frente de trabalho da SMDR que reforça essas políticas é a abertura e limpeza de aguadas e barragens. De acordo com a pasta, somente em 2024, foram prestados 100 atendimentos de serviços de manutenção, além da abertura de novos açudes. Essas represas são usadas nas irrigações, dessedentação animal e também na limpeza de casa, utensílios e roupas.
Reforço da Defesa Civil
Além da Operação Carro-Pipa realizada pela SMDR, o município conta também com o apoio da Coordenação Municipal de Defesa Civil (Compdec), Operação Carro-Pipa Federal (OCP), tocada pelo Exército Brasileiro. Atualmente, atuam no município 12 carros-pipa, atendendo 128 povoados com a distribuição de quatro milhões de litros de água mensais.
Diante do longo período de estiagem, a Prefeitura, por meio do decreto n° 23.592/2025, publicado no Diário Oficial do Município dia 14 de março, declarou situação de emergência nas áreas de abrangência dos distritos de Bate-Pé, Dantilândia, Inhobim, São Sebastião, Cabeceira do Jiboia, São João da Vitória, Cercadinho, Iguá, Veredinha, Pradoso e José Gonçalves atingidas pela estiagem.
Além da dificuldade de água para consumo humano, os agricultores dessas localidades enfrentam grandes estragos e imensos prejuízos no plantio e na formação de pastagens para os animais. As aguadas para dessedentação dos animais encontram-se, na sua maioria, com nível baixo em decorrência da insuficiência de chuvas, e as reservas de água para abastecimento humano estão se esgotando ou já esgotadas em muitas localidades do município.
Diante disso, para aumentar o número de famílias atendidas pela Operação-Pipa, a Defesa Civil solicitou recentemente a ampliação das localidades e dos PAs (Pontos de Abastecimento). No próximo dia 31 de março, a equipe se reunirá, em Salvador, com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec) e os coordenadores da Operação Carro-Pipa (OCP).
Operação Carro-Pipa
A água é essencial para a vida, para o funcionamento do corpo humano, para a manutenção da natureza e demais atividades urbana e rural. No campo, é utilizada no consumo humano, na irrigação das lavouras, para garantir o crescimento adequado das culturas e a obtenção de colheitas satisfatórias. Além disso, a água é crucial para os animais, pois assegura a hidratação do gado, aves e outros seres vivos criados nas propriedades rurais. Também é utilizada na limpeza dos espaços e equipamentos, promovendo um ambiente higiênico tanto para os animais quanto para os trabalhadores do campo.
Melhorias nas estradas
Para facilitar a mobilidade dos moradores dessas regiões, o abastecimento de água das famílias e o escoamento da produção, a Prefeitura garante a manutenção, ao longo do ano, de quase 3.500 km de estradas vicinais, o que possibilita também os acessos a essas localidades para as benfeitorias.